A deficiência nutricional pode colocar em risco o tratamento odontológico. Há uma estreita relação entre saúde bucal e nutrição. Com uma dieta nutricionalmente pobre, por exemplo, na ausência de vitaminas A, B, C, D, K e minerais importantes como cálcio, fósforo, ferro, magnésio, zinco e flúor, dificilmente a pessoa resistirá às infecções bucais, o que pode contribuir para doenças periodontais que é uma das causas principais da perda de dentes em adultos. Trabalhos científicos relacionaram a deficiência da vitamina C com bolsas periodontais e destruição do tecido periodontal. Concluíram que essa deficiência de vitamina C pode levar a incapacidade de o indivíduo responder aos efeitos destrutivos da inflamação no periodonto. A ciência mostra que a criança até seus 2,7 anos, a nutrição correta ou incorreta pode influenciar no aparecimento de cáries, desgaste dentário erosivo, más oclusões e defeitos no desenvolvimento do esmalte dentário. Portanto, para evitar problemas na fase adulta, os cuidados devem começar na infância. Na idade adulta e avançada os fatores de risco para a má nutrição são: depressão, pobreza, solidão , problemas mentais, desidratação, incapacidade física, ingestão de pequena variedade de alimentos, doenças que interfiram na utilização de nutrientes, falta de exposição solar, acuidade reduzida do paladar, problemas orais como a boca seca, infecção, edêntulismo, próteses não ajustadas, dificuldade de deglutição e uso de medicamentos. Os pacientes edêntulos ou os que não possuem os molares, por se alimentarem de comidas pastoras e amolecida, ingerem menos fibras e nutrientes. Nesses casos o nutrólogo vai orientar uma suplementação oral adequada para suprir a alimentação. Isso geralmente ocorre no idoso devido a progressão da periodontite recorrente do acúmulo de placa bacteriana e tártaro e pelas consequências das cáries radiculares. As próteses dentárias mal adaptadas inclusive as próteses tipo protocolos (próteses sobre implantes), causam ferimentos na boca e dificultam a mastigação. Quando as próteses são bem executadas devolvem ao paciente a capacidade mastigatória, conforto psicológico e estéticos e melhora a alimentação. As inflamações bucais podem ter ligação com diabetes, hipertensão, colesterol e triglicérides. Cuidando da alimentação e das afecções orais é possível diminuir o risco de doenças cardiovasculares. Pacientes que são reabilitados, principalmente os que tem histórico de doença periodontal e que tem implantes dentais devem ser monitorados no sentido de avaliar o metabolismo e a capacidade imunológica.
Resumo do artigo da revista implantNewsPerio, Internacional journal v.4,n°2-mar/Abr2019/ Girlene Villa